O saber se renova num fluxo contínuo e caoticamente rápido devido aos avanços tecnológicos, às novas formas de acesso à informação e principalmente após difusão do uso da internet. Na internet, esse “dilúvio de informações”, como referido por Roy Ascott, está disponível para um grande número de pessoas, as quais necessitam de tecnologias e técnicas de navegação para a seleção, organização e estruturação desses dados para gerar conhecimento.
No ciberespaço, o conhecimento adquirido é compartilhado através redes digitais interativas (comunicação direta, correio digital, fóruns, entre outras formas), contribuindo para estruturar e influenciar a “ecologia cognitiva” das sociedades, e para condicionar os valores e critérios de julgamento das sociedades, mais precisamente os critérios de avaliação do saber.
Segundo Levy, é crescente a demanda por formação e os sistemas de educação devem encontrar soluções que a atendam, pois seria impossível aumentar o número de professores proporcionalmente.
Os custos operacionais e de infra-estrutura de universidades virtuais são menores do que as universidades formais, com ensino presencial.
No que se refere à educação a distância, estamos diante de um novo paradigma, que é avançar nossa visão de educação em sala de aula para a educação virtual, com qualidade nos processos de aprendizado.
Na EAD, tanto o professor quanto o aluno necessitam adaptar-se às mudanças e vencer novos desafios.
O professor/tutor deixa de ser apenas um difusor de conhecimentos para tornar-se um incentivador do aprender e do pensar, mediador do intercâmbio de informações, que acompanha e gerencia a aquisição dos novos conhecimentos, garantindo uma formação de qualidade. Além disso, os professores aprendem ao mesmo tempo em que seus estudantes e atualizam constantemente seus saberes e suas competências pedagógicas.
Os computadores tornam-se as ferramentas para comunicação, de pesquisa, de informação, de cálculo nas mãos dos alunos. O aluno deve estar familiarizado com os recursos tecnológicos necessários para a realização do ensino a distância. O intercâmbio de informações e a troca de experiências com seus colegas e com o tutor também será importante para o seu aprendizado. Além disso, o estudante precisa disciplinar-se para o auto-estudo e controlar o tempo que disponibilizará para dedicar-se.
Como há a tendência de aumento na demanda de cursos a distância, cabe aos sistemas educativos implantarem procedimentos de reconhecimento dos saberes e conhecimentos adquiridos pelos indivíduos na vida social e profissional.
De acordo com Levy, o papel do poder público deveria ser 1) garantir a cada indivíduo formação elementar de qualidade; 2) permitir à população acesso aberto e gratuito a mediatecas, centros de orientação, documentação e auto-formação, pontos de acesso ao ciberespaço, sem negligenciar a indispensável mediação humana do acesso ao conhecimento; e 3) regular e animar uma nova economia do conhecimento, na qual cada indivíduo, cada grupo, cada organização sejam considerados como recursos potenciais de aprendizado a serviço de percursos de formação contínuos e personalizados.
Mas, infelizmente, a EAD ainda permanece um sonho para a maioria da população brasileira, não estando ao alcance de todos. Nem mesmo a educação formal é para todos. No Brasil, a escassez de recursos e de investimentos na educação e em tecnologia permanece ainda um dos grandes desafios a serem superados.
Referências:
LEVY, P. A nova relação com o saber. In: ____ Cybercultura, São Paulo:Ed. 34, 1999, 157-167
segunda-feira, 2 de junho de 2008
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Um comentário:
Parabéns, Simone...
Aprendemos a utilizar mais uma mídia em favor da EAD.
abçs
Rogerio Eijo
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